Eixo Produção de textos escritos
A inserção do sujeito no mundo da escrita, como autor da sua palavra, mobiliza um
outro tipo de interlocução com outros sujeitos, com outras compreensões sobre a
realidade, com uma diversidade de visões de mundo. Materializa-se, assim, a ideia de
que há mais de uma maneira de dizer os assuntos, temas e conceitos que circulam na
sociedade e mais: há uma maneira pessoal, singular de dizer, que tem a ver com a
identidade de quem escreve e com as condições em que escreve. Tem a ver também
com o fato de que a autoria pressupõe implicar-se nas questões humanas, participando,
assim, do encontro com os leitores e com as formas de dizer o mundo, ou seja, sociabilizando-se.
No caso da produção textual na escola, participar de situações de escrita e aprender a
escrever possibilitam que a criança ultrapasse aquilo a que está acostumada, no seu
grupo social, para que possa quando inserida em contextos mais letrados ter ferramentas
mais críticas e criativas de participação social, por meio da escrita. Um aspecto
importante, no que se refere à produção escrita no Ciclo de Alfabetização, diz respeito
ao fato de que a aprendizagem do sistema de escrita alfabética é simultânea à
aprendizagem da produção textual ou linguagem que se escreve. Nesta direção, os
alunos aprendem a escrever também ao produzirem oralmente textos, tendo o professor
como escriba, ou seja, ele é aquele que grafa, mas que não produz o texto. Neste
eixo, podem ser destacadas três dimensões do ensino:
a dimensão sociodiscursiva;
o desenvolvimento das estratégias de produção de textos;
as relações entre produção escrita e análise linguística.
Em relação à dimensão “Sociodiscursiva”, mais diretamente relacionada às interações estabelecidas, destacam-se as reflexões acerca do contexto de produção de textos, ou seja, os propósitos para a escrita do texto, os destinatários para os quais o texto está sendo produzido, os espaços de circulação do texto, os temas tratados, dentre outros. Nesta direção, no Ciclo de Alfabetização, faz sentido a produção de variados textos, com diferentes finalidades, como as historias que compoem os livros dos alunos, a produçao de bilhetes e convites, a escrita de folhetos com instruçoes de saude, a elaboraçao de listas para determinadas tarefas ou contextos de uso, tanto em praticas em que o professor e o escriba, quanto em situaçoes de escrita de proprio punho, pela criança. Novamente, ressalte-se que, neste eixo, enfatizam-se as esferas literaria, midiatica e escolar/ divulgaçao científica, na o sendo necessario, no entanto, limitar-se a essas. O desenvolvimento das “Estratégias de produção de textos” relaciona-se estreitamente à dimensão sociodiscursiva e engloba desde as estratégias de planejamento global dos textos, quanto as de planejamento e a revisão em processo, a avaliação/revisão posterior. No processo de planejamento global do texto, uma etapa necessária é o levantamento de informações sobre o que vai ser escrito, isto é, decide-se e pesquisa-se a sua temática, em situações de leitura, por exemplo. Na textualização, cuida-se para colocar no papel o que foi planejado, sempre considerando o contexto de produção, e monitorando o que está sendo dito, realizando modificações do texto no próprio processo de escrita. Na revisão, em processo ou posterior à produção inicial, as crianças, com a mediação do professor, reveem o que foi escrito, analisando aspectos discursivos e formais do texto em questão. Neste particular, combinar com os alunos algumas legendas que orientem a revisão e a edição textual pode ser um bom encaminhamento. Tendo conhecimentos mais sólidos sobre as temáticas e sobre os propósitos de escrita e seus possíveis interlocutores, sem dúvida a tarefa de planejar o texto, textualizar/produzir e revisar/editar é muito mais contextualizada e, consequentemente, mais significativa para quem escreve. A dimensão “Relações entre produção escrita e análise linguística” ou conhecimentos linguísticos diz respeito aos conhecimentos sobre o sistema alfabético e convenções ortográficas, mas também a outros conhecimentos linguísticos/gramaticais que ajudam a construir sentidos dos textos, como coesão textual, concordância, pontuação, paragrafação. Esta dimensão está referida no Eixo “Análise linguística: discursividade, textualidade, normatividade.
(Extraído: ELEMENTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS PARA DEFINIÇÃO DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (1º , 2º E 3º ANOS) DO ENSINO FUNDAMENTAL)
a dimensão sociodiscursiva;
o desenvolvimento das estratégias de produção de textos;
as relações entre produção escrita e análise linguística.
Em relação à dimensão “Sociodiscursiva”, mais diretamente relacionada às interações estabelecidas, destacam-se as reflexões acerca do contexto de produção de textos, ou seja, os propósitos para a escrita do texto, os destinatários para os quais o texto está sendo produzido, os espaços de circulação do texto, os temas tratados, dentre outros. Nesta direção, no Ciclo de Alfabetização, faz sentido a produção de variados textos, com diferentes finalidades, como as historias que compoem os livros dos alunos, a produçao de bilhetes e convites, a escrita de folhetos com instruçoes de saude, a elaboraçao de listas para determinadas tarefas ou contextos de uso, tanto em praticas em que o professor e o escriba, quanto em situaçoes de escrita de proprio punho, pela criança. Novamente, ressalte-se que, neste eixo, enfatizam-se as esferas literaria, midiatica e escolar/ divulgaçao científica, na o sendo necessario, no entanto, limitar-se a essas. O desenvolvimento das “Estratégias de produção de textos” relaciona-se estreitamente à dimensão sociodiscursiva e engloba desde as estratégias de planejamento global dos textos, quanto as de planejamento e a revisão em processo, a avaliação/revisão posterior. No processo de planejamento global do texto, uma etapa necessária é o levantamento de informações sobre o que vai ser escrito, isto é, decide-se e pesquisa-se a sua temática, em situações de leitura, por exemplo. Na textualização, cuida-se para colocar no papel o que foi planejado, sempre considerando o contexto de produção, e monitorando o que está sendo dito, realizando modificações do texto no próprio processo de escrita. Na revisão, em processo ou posterior à produção inicial, as crianças, com a mediação do professor, reveem o que foi escrito, analisando aspectos discursivos e formais do texto em questão. Neste particular, combinar com os alunos algumas legendas que orientem a revisão e a edição textual pode ser um bom encaminhamento. Tendo conhecimentos mais sólidos sobre as temáticas e sobre os propósitos de escrita e seus possíveis interlocutores, sem dúvida a tarefa de planejar o texto, textualizar/produzir e revisar/editar é muito mais contextualizada e, consequentemente, mais significativa para quem escreve. A dimensão “Relações entre produção escrita e análise linguística” ou conhecimentos linguísticos diz respeito aos conhecimentos sobre o sistema alfabético e convenções ortográficas, mas também a outros conhecimentos linguísticos/gramaticais que ajudam a construir sentidos dos textos, como coesão textual, concordância, pontuação, paragrafação. Esta dimensão está referida no Eixo “Análise linguística: discursividade, textualidade, normatividade.
(Extraído: ELEMENTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS PARA DEFINIÇÃO DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (1º , 2º E 3º ANOS) DO ENSINO FUNDAMENTAL)
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