A criança, antes de chegar à escola, desenvolve um conjunto de saberes matemáticos
construídos em interação com seu meio social. Crianças brincando são capazes de
realizar operações simples, de estabelecer categorias e equivalências, de reconhecer e
diferenciar figuras e formas geométricas, de estabelecer parâmetros pessoais para
medir grandezas e de servir-se de diversos outros conceitos matemáticos.
A relação da criança com o conhecimento matemático é, de início, marcadamente
egocêntrica (“minha conta”, “ meu número” etc.), bem como as representações por ela
utilizadas. Esses conhecimentos servem como ponto de partida para a construção de
conceitos mais universais e para tanto cabe à escola levar a criança a desenvolver-se e
se apropriar de outras novas percepções.
A alfabetização matemática é o processo de organização dos saberes que a criança
traz de suas vivências anteriores ao ingresso no Ciclo de Alfabetização, de forma a
levá-la a construir um corpo de conhecimentos matemáticos articulados, que potencializem
sua atuação na vida cidadã. Esse é um longo processo que deverá, posteriormente,
permitir ao sujeito utilizar as ideias matemáticas para compreender o mundo
no qual vive e instrumentalizá-lo para resolver as situações desafiadoras que encontrará
em sua vida na sociedade.
Isso não significa unicamente o domínio de uma linguagem simbólica, pois os símblos matemáticos devem aparecer não apenas como componentes característicos do
conhecimento matemático, mas como elementos criadores da comunicação. Por isso,
não se trata de tentar levar a criança a escrever corretamente os algarismos ou a repetir sequências numéricas até certo limite, em situações de contagem desprovidas
de significado.
O trabalho com as operações aritméticas vai além da utilização ou memorização de
técnicas operatórias únicas, uma vez que a etapa de alfabetização matemática caracteriza-se,
principalmente, pela compreensão dos significados das operações e de cálculo
efetuado mentalmente, motores do desenvolvimento da alfabetização matemática.
Trata-se então do momento em que a criança começa a organizar estratégias maissistematizadas que vão permitir, em etapas posteriores, a compreensão de outros
procedimentos de cálculo.
As relações entre causa e efeito e as inferências lógicas também começam a aparecer
na etapa de alfabetização matemática. Os estudantes começam a descobrir propriedades
e regularidades nos diversos campos da Matemática. A alfabetização matemá-
tica demanda a passagem por situações que promovam a consolidação progressiva
das ideias matemáticas, evitando antecipar respostas a problemas e questionamentos
vindos da criança em um processo cuja característica é desenvolver nela o comportamento
questionador que, como resultado final, permite desenvolver o pensamento
lógico. No entanto, convém notar que a sistematização excessiva e o abuso da linguagem
matemática podem ser prejudiciais ao desenvolvimento autônomo da criança em
período de alfabetização.
A alfabetização matemática não pode ser reduzida ao domínio dos números e suas
operações. Nessa fase de escolaridade, a criança deve construir as primeiras noções
de espaço, forma e suas representações. As ideias iniciais de grandezas, como comprimento
e tempo, por exemplo, também começam a ser organizadas no Ciclo de Alfabetização.
(Extraído: ELEMENTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS PARA DEFINIÇÃO DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (1º , 2º E 3º ANOS) DO ENSINO FUNDAMENTAL)
O Ensino de Matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental nos desafia a considerar os conhecimentos matemáticos que as crianças já trazem de suas vivências extraescolares e, ao mesmo tempo, traz a responsabilidade de ampliarmos as suas ideias e auxiliarmos no desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Assim sendo, o professor tem o papel de valorizar as construções, os conceitos, as hipóteses dos aprendizes, bem como suas formas de representação, tomando esses referenciais como ponto de partida para novas proposições e para apresentar formas mais sistematizadas de ler, de interpretar e de produzir conhecimentos matemáticos.
(Extraído: ELEMENTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS PARA DEFINIÇÃO DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (1º , 2º E 3º ANOS) DO ENSINO FUNDAMENTAL)
O Ensino de Matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental nos desafia a considerar os conhecimentos matemáticos que as crianças já trazem de suas vivências extraescolares e, ao mesmo tempo, traz a responsabilidade de ampliarmos as suas ideias e auxiliarmos no desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Assim sendo, o professor tem o papel de valorizar as construções, os conceitos, as hipóteses dos aprendizes, bem como suas formas de representação, tomando esses referenciais como ponto de partida para novas proposições e para apresentar formas mais sistematizadas de ler, de interpretar e de produzir conhecimentos matemáticos.
O trabalho com a Matemática se justifica, então, pelo ambiente matematizador em que as crianças estão inseridas e pela necessidade de alfabetizá-las para o uso significativo e contextualizado dos conhecimentos específicos do campo matemático.
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